Comemora-se o Dia do Circo em 27 de março, numa homenagem ao palhaço brasileiro Piolin, que nasceu nessa data, no ano de 1897, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo.
Considerado por todos que o assistiram como um grande palhaço, se destacava pela enorme criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista. Seus contemporâneos diziam que ele era o pai de todos os que, de cara pintada e colarinho alto, sabiam fazer o povo rir.
Como surgiu o circo
É praticamente impossível determinar uma data específica de quando ou como as práticas circenses começaram. Mas pode-se apostar que elas se iniciaram na China, onde foram encontradas pinturas de 5 000 anos, com figuras de acrobatas, contorcionistas e equilibristas. Esses movimentos faziam parte dos exercícios de treinamento dos guerreiros e, aos poucos, a esses movimentos foram acrescentadas a graça e a harmonia.
Conta-se ainda que no ano 108 a.C aconteceu uma enorme celebração para dar as boas-vindas a estrangeiros recém-chegados em terras chinesas. Na festa, houve demonstrações geniais de acrobacias. A partir de então, o imperador ordenou que sempre se realizassem eventos dessa ordem. Uma vez ao ano, pelo menos.
Também no Egito, há registros de pinturas de malabaristas. Na Índia, o contorcionismo e o salto são parte integrante dos espetáculos sagrados. Na Grécia, a contorção era uma modalidade olímpica, enquanto os sátiros já faziam o povo rir, numa espécie de precursão aos palhaços.
Quando o circo chegou ao Brasil
No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra, uma vez que, na Europa do século dezoito, eles eram perseguidos. Aqui, andando de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seu talento ilusionista.
Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade e o que não agradava era imediatamente tirado do programa.
Mas o circo com suas características itinerantes aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha no palhaço o seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo.
O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o brasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.
O palhaço
Um dos destaques do circo é o palhaço. Alegria das crianças, vimos que o teatro de comédia na Grécia foi o que originou a atividade. Ainda no circo de Astley, o palhaço era um soldado vindo do campo; por isso, a palavra em inglês para palhaço é clown, o mesmo que caipira. No espetáculo, o palhaço não sabia montar, caía do cavalo, subia de costas, passava por baixo do animal. Como fez muito sucesso, o número ganhou novas situações.
No Brasil o palhaço tem características diferentes, sendo mais falador, malandro, tocador de violão e com outro tipo de humor. Um exemplo é o palhaço Carequinha, nascido em 1915 e criado no circo. Virou personalidade nacional depois de ser o primeiro circense a trabalhar na televisão. Criou os programas de auditório na TV Tupi, trabalhou em circos no exterior e fez mais de 26 discos infantis.
No dia da discussão da Lei do Circo na Câmara, alguns palhaços (no bom sentido) compareceram à reunião. Um deles é José Wilson Leite, que nasceu no circo, mas depois abriu uma escola, que segundo ele mesmo disse, “deu a possibilidade da arte circense para outras pessoas e parou com esse negócio de que o circo é um segredo passado somente de pai para filho”.
Mestre de outros palhaços, José Leite disse que a palhaçada é um dos números mais difíceis de ensinar. “É um curso de interpretação. Se o palhaço não encenar, ele nunca será bom”, afirma. A primeira coisa que o palhaço aprende a fazer, segundo José, é levar tapa e cair. Mas ele afirma que no treinamento os futuros artistas passam por coisas ridículas. Ele só não revela quais!
O trapezista
No circo um artista pode até se especializar em alguma coisa. Mas todos eles aprendem de tudo um pouco, desde vender ingressos até serem palhaços, trapezistas, apresentadores…
Mário Fernando Bolognesi aprendeu a arte circense com o mestre José Wilson, quando já tinha mais de 20 anos e pesquisava o circo na universidade. “O espetáculo mexe com a imaginação, desafia a curiosidade das crianças. Isso encanta”, afirma. Ele começou com pequenas acrobacias, malabarismos, exercícios de equilíbrio, até virar um trapezista e, mais tarde, palhaço.
O mesmo aconteceu com Hugo Possolo, ex-aluno de João: antes foi trapezista e depois virou palhaço, a sua verdadeira vocação. “Desde criança me chamavam de palhaço porque eu fazia muita graça. Entrei no teatro com 14 anos e continuavam me chamando de palhaço. Então, entrei no Circo Escola Picadeiro com 16 anos para virar um palhaço”, conta. O envolvimento de Hugo com o circo é de paixão. “O circo desafia os seus limites e ensina muita coisa, principalmente a cultura popular”. Hoje, ele ensina a sua arte por meio do grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões.
A dançarina
O nome é pomposo: Sayonara Power. E não é por menos. Na Comissão de Educação e Cultura, ela mostrou sua força e sensibilidade. A atual presidente da associação que defende os circos (Abracirco) nasceu em uma família de dez irmãos, todos criados sob a lona. “A gente vive em uma grande família que é o circo. O dia-a-dia é brincar e treinar para ir descobrindo a vontade de apresentar no picadeiro”, relata.
Ela começou como dançarina aos cinco anos de idade, depois foi palhaça, contorcionista e apresentadora dos shows. “Vivemos sempre na condição de crianças, com muita alegria. E isso a gente não encontra quando sai do circo”. Hoje ela luta para manter a dignidade e o reconhecimento da arte circense. E manda o convite: “Se quiser saber como sou feliz, é só me ver no picadeiro”. E alguém duvida?
O domador
O ponto mais polêmico durante o seminário foi o uso de animais em circo. Infelizmente, alguns domadores acabam maltratando os bichos e exigindo demais deles. Charliston Ricardo Monteiro é domador e garante que cuida muito bem de todos os seus animais. Ele mora num circo itinerante e, antes de ser domador, foi trapezista e globista (andava de moto no “globo da morte”).
“Eu treino os animais por retribuição. Quando fazem alguma coisa, ganham a recompensa. Não os trato mal para que eles façam o que eu quero. Eles ficam de pé ou pulam de um banco para outro e ganham um biscoito”, disse.
Hoje tem espetáculo? Tem, sim, sinhô…
Sim, o Zé Plenarinho e a Légis acham que o circo não pode deixar de existir. O professor Edu Coruja lembra que estamos apenas no começo das discussões, mas a Lei do Circo é uma possibilidade de dar vida nova ao espetáculo. Tomara que reclamações como as de que os prefeitos das cidades não deixam o circo entrar, que o pagamento de taxas é abusivo e de que falta infra-estrutura como água, luz, transporte, segurança e espaço, além da falta de escola para os filhos dos circenses, não sejam mais ouvidas, porque o circo precisa ganhar o seu devido respeito.
E para isso, os deputados da Comissão de Educação e Cultura estão trabalhando pela aprovação da Lei do Circo. O presidente da Comissão, deputado Paulo Delgado (PT-MG), acredita que até o fim do ano o projeto estará em votação no Plenário. “Os circos não podem continuar submetidos à vontade das autoridades locais. Essa é uma atividade muito importante e que precisa de regras”.
O assunto ainda deve ser muito discutido, já que envolve legislação ambiental, sanitária, saúde e trabalho infantil. O parlamentar acha que a atividade circense deve ser vista como um trabalho cultural relevante. “Não se trata de um negócio, mas da atividade que os circenses e todos nós amamos. Deve haver um pouco de bom senso para se tratar desse assunto”. Um exemplo dado por Paulo Delgado é que as crianças que se apresentam no circo não devem ser vistas como vítimas do trabalho infantil. “É uma atividade artística e familiar, não é exploração infantil”.
Para se ter uma idéia, atualmente existem mais de 2 mil circos no Brasil, com um público anual de 25 milhões de espectadores, gerando divertimento e também renda e emprego para as cidades. Sem falar em projetos como o do Circo Baixada no Rio de Janeiro, que ensina a arte circense para meninos de rua, procurando dar-lhes mais dignidade e envolvendo a família no projeto.
Fonte: http://educaja.com.br/2008/03/datas-comemorativas-dia-do-circo.html
Fonte: http://ler-com-prazer.blogspot.com/
Comemora-se o Dia do Circo em 27 de março, numa homenagem ao palhaço brasileiro Piolin, que nasceu nessa data, no ano de 1897, na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo.
Considerado por todos que o assistiram como um grande palhaço, se destacava pela enorme criatividade cômica e pela habilidade como ginasta e equilibrista. Seus contemporâneos diziam que ele era o pai de todos os que, de cara pintada e colarinho alto, sabiam fazer o povo rir.
Como surgiu o circo
É praticamente impossível determinar uma data específica de quando ou como as práticas circenses começaram. Mas pode-se apostar que elas se iniciaram na China, onde foram encontradas pinturas de 5 000 anos, com figuras de acrobatas, contorcionistas e equilibristas. Esses movimentos faziam parte dos exercícios de treinamento dos guerreiros e, aos poucos, a esses movimentos foram acrescentadas a graça e a harmonia.
Conta-se ainda que no ano 108 a.C aconteceu uma enorme celebração para dar as boas-vindas a estrangeiros recém-chegados em terras chinesas. Na festa, houve demonstrações geniais de acrobacias. A partir de então, o imperador ordenou que sempre se realizassem eventos dessa ordem. Uma vez ao ano, pelo menos.
Também no Egito, há registros de pinturas de malabaristas. Na Índia, o contorcionismo e o salto são parte integrante dos espetáculos sagrados. Na Grécia, a contorção era uma modalidade olímpica, enquanto os sátiros já faziam o povo rir, numa espécie de precursão aos palhaços.
Quando o circo chegou ao Brasil
No Brasil, a história do circo está muito ligada à trajetória dos ciganos em nossa terra, uma vez que, na Europa do século dezoito, eles eram perseguidos. Aqui, andando de cidade em cidade e mais à vontade em suas tendas, aproveitavam as festas religiosas para exibirem sua destreza com os cavalos e seu talento ilusionista.
Procuravam adaptar suas apresentações ao gosto do público de cada localidade e o que não agradava era imediatamente tirado do programa.
Mas o circo com suas características itinerantes aparece no Brasil no final do século XIX. Instalando-se nas periferias das cidades, visava às classes populares e tinha no palhaço o seu principal personagem. Do sucesso dessa figura dependia, geralmente, o sucesso do circo.
O palhaço brasileiro, por sua vez, adquiriu características próprias. Ao contrário do europeu, que se comunicava mais pela mímica, o brasileiro era falante, malandro, conquistador e possuía dons musicais: cantava ou tocava instrumentos.
O palhaço
Um dos destaques do circo é o palhaço. Alegria das crianças, vimos que o teatro de comédia na Grécia foi o que originou a atividade. Ainda no circo de Astley, o palhaço era um soldado vindo do campo; por isso, a palavra em inglês para palhaço é clown, o mesmo que caipira. No espetáculo, o palhaço não sabia montar, caía do cavalo, subia de costas, passava por baixo do animal. Como fez muito sucesso, o número ganhou novas situações.
No Brasil o palhaço tem características diferentes, sendo mais falador, malandro, tocador de violão e com outro tipo de humor. Um exemplo é o palhaço Carequinha, nascido em 1915 e criado no circo. Virou personalidade nacional depois de ser o primeiro circense a trabalhar na televisão. Criou os programas de auditório na TV Tupi, trabalhou em circos no exterior e fez mais de 26 discos infantis.
No dia da discussão da Lei do Circo na Câmara, alguns palhaços (no bom sentido) compareceram à reunião. Um deles é José Wilson Leite, que nasceu no circo, mas depois abriu uma escola, que segundo ele mesmo disse, “deu a possibilidade da arte circense para outras pessoas e parou com esse negócio de que o circo é um segredo passado somente de pai para filho”.
Mestre de outros palhaços, José Leite disse que a palhaçada é um dos números mais difíceis de ensinar. “É um curso de interpretação. Se o palhaço não encenar, ele nunca será bom”, afirma. A primeira coisa que o palhaço aprende a fazer, segundo José, é levar tapa e cair. Mas ele afirma que no treinamento os futuros artistas passam por coisas ridículas. Ele só não revela quais!
O trapezista
No circo um artista pode até se especializar em alguma coisa. Mas todos eles aprendem de tudo um pouco, desde vender ingressos até serem palhaços, trapezistas, apresentadores…
Mário Fernando Bolognesi aprendeu a arte circense com o mestre José Wilson, quando já tinha mais de 20 anos e pesquisava o circo na universidade. “O espetáculo mexe com a imaginação, desafia a curiosidade das crianças. Isso encanta”, afirma. Ele começou com pequenas acrobacias, malabarismos, exercícios de equilíbrio, até virar um trapezista e, mais tarde, palhaço.
O mesmo aconteceu com Hugo Possolo, ex-aluno de João: antes foi trapezista e depois virou palhaço, a sua verdadeira vocação. “Desde criança me chamavam de palhaço porque eu fazia muita graça. Entrei no teatro com 14 anos e continuavam me chamando de palhaço. Então, entrei no Circo Escola Picadeiro com 16 anos para virar um palhaço”, conta. O envolvimento de Hugo com o circo é de paixão. “O circo desafia os seus limites e ensina muita coisa, principalmente a cultura popular”. Hoje, ele ensina a sua arte por meio do grupo Parlapatões, Patifes e Paspalhões.
A dançarina
O nome é pomposo: Sayonara Power. E não é por menos. Na Comissão de Educação e Cultura, ela mostrou sua força e sensibilidade. A atual presidente da associação que defende os circos (Abracirco) nasceu em uma família de dez irmãos, todos criados sob a lona. “A gente vive em uma grande família que é o circo. O dia-a-dia é brincar e treinar para ir descobrindo a vontade de apresentar no picadeiro”, relata.
Ela começou como dançarina aos cinco anos de idade, depois foi palhaça, contorcionista e apresentadora dos shows. “Vivemos sempre na condição de crianças, com muita alegria. E isso a gente não encontra quando sai do circo”. Hoje ela luta para manter a dignidade e o reconhecimento da arte circense. E manda o convite: “Se quiser saber como sou feliz, é só me ver no picadeiro”. E alguém duvida?
O domador
O ponto mais polêmico durante o seminário foi o uso de animais em circo. Infelizmente, alguns domadores acabam maltratando os bichos e exigindo demais deles. Charliston Ricardo Monteiro é domador e garante que cuida muito bem de todos os seus animais. Ele mora num circo itinerante e, antes de ser domador, foi trapezista e globista (andava de moto no “globo da morte”).
“Eu treino os animais por retribuição. Quando fazem alguma coisa, ganham a recompensa. Não os trato mal para que eles façam o que eu quero. Eles ficam de pé ou pulam de um banco para outro e ganham um biscoito”, disse.
Hoje tem espetáculo? Tem, sim, sinhô…
Sim, o Zé Plenarinho e a Légis acham que o circo não pode deixar de existir. O professor Edu Coruja lembra que estamos apenas no começo das discussões, mas a Lei do Circo é uma possibilidade de dar vida nova ao espetáculo. Tomara que reclamações como as de que os prefeitos das cidades não deixam o circo entrar, que o pagamento de taxas é abusivo e de que falta infra-estrutura como água, luz, transporte, segurança e espaço, além da falta de escola para os filhos dos circenses, não sejam mais ouvidas, porque o circo precisa ganhar o seu devido respeito.
E para isso, os deputados da Comissão de Educação e Cultura estão trabalhando pela aprovação da Lei do Circo. O presidente da Comissão, deputado Paulo Delgado (PT-MG), acredita que até o fim do ano o projeto estará em votação no Plenário. “Os circos não podem continuar submetidos à vontade das autoridades locais. Essa é uma atividade muito importante e que precisa de regras”.
O assunto ainda deve ser muito discutido, já que envolve legislação ambiental, sanitária, saúde e trabalho infantil. O parlamentar acha que a atividade circense deve ser vista como um trabalho cultural relevante. “Não se trata de um negócio, mas da atividade que os circenses e todos nós amamos. Deve haver um pouco de bom senso para se tratar desse assunto”. Um exemplo dado por Paulo Delgado é que as crianças que se apresentam no circo não devem ser vistas como vítimas do trabalho infantil. “É uma atividade artística e familiar, não é exploração infantil”.
Para se ter uma idéia, atualmente existem mais de 2 mil circos no Brasil, com um público anual de 25 milhões de espectadores, gerando divertimento e também renda e emprego para as cidades. Sem falar em projetos como o do Circo Baixada no Rio de Janeiro, que ensina a arte circense para meninos de rua, procurando dar-lhes mais dignidade e envolvendo a família no projeto.
Fonte: http://educaja.com.br/2008/03/datas-comemorativas-dia-do-circo.html
Fonte: http://ler-com-prazer.blogspot.com/
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