O
verão está chegando! Que tal aproveitar os dias ensolarados para
ampliar o espaço das turmas de creche? As vantagens são muitas.
Primeiro, porque as atividades fora de sala fazem bem para a saúde: o
contato com o Sol ajuda na produção da vitamina D, necessária para a
absorção do cálcio, que forma ossos e dentes. Segundo, porque no
ambiente externo é possível proporcionar experiências ricas tanto para o
conhecimento de mundo como para a formação pessoal e social – os dois
pilares da Educação Infantil, segundo os Referenciais Curriculares
Nacionais. Correndo, pulando, pintando, plantando, brincando com água e
alimentando animais, os pequenos trabalham a socialização, aprimoram a
capacidade motora e entram em contato com a natureza. Para isso, a área
externa deve ser cheia de oportunidades.
Apesar
de todo esse potencial, muitos docentes ainda encaram a hora do pátio
como um momento de descanso, em que a criançada fica solta sem nenhuma
orientação. Não é a melhor saída. “Para apresentar o máximo de propostas
de aprendizagem, é preciso planejar”, explica Karina Rizek Lopes,
formadora de professores e selecionadora do Prêmio Victor Civita –
Educador Nota 10.
Antecipe as formas como os pequenos exploram o ambiente
Deve-se
considerar, por exemplo, que todas as turmas são heterogêneas. Com isso
em mente, uma boa iniciativa é realizar um mapeamento das práticas dos
pequenos, investigando como eles interagem com o ambiente externo no
dia-a-dia. Em seguida, pode-se fazer um exercício de imaginação,
estabelecendo antecipações sobre como as crianças se relacionariam com
as propostas que se pretende introduzir. Depois, ao conferir como elas
se comportam de fato, o professor ajusta suas previsões à realidade.
Manter um registro de como cada uma lida com o ambiente externo e com os
colegas é o caminho para pensar nos passos seguintes. Tudo sem perder
de vista algo essencial: é necessário incluir as atividades externas
como parte da rotina da turma. Afinal de contas, é só por meio do
contato intensivo que cada criança se familiariza com as novidades e faz
descobertas por conta própria. Para garantir que todos avancem, o ideal
é criar um espaço externo desafiador, com diversos ambientes e
diferentes estímulos ao desenvolvimento sensório motor. A seguir,
apresentamos sugestões de baixo custo para chegar lá.
Na areia
■ TANQUE: O
uso desse espaço pode ser incrementado com cavalinhos, bonecos e
caixotes, estimulando ainda mais o faz-de-conta. Nos dias de calor, vale
apostar na água, colocada em bacias para que as crianças percebam a
diferença de consistência entre a areia seca e a molhada.
Cuidados:
Cobrir o tanque com lona à noite para protegê-lo da chuva e de animais,
evitar a mistura de pedrinhas (que podem ser ingeridas) e limpar a
areia com frequência – existem produtos específicos para isso.
Adaptação: É possível propor as mesmas atividades no chão de terra ou usando caixas com areia. No pátio
■ SALA DO LADO DE FORA: Retirar
objetos do espaço interno e transportá- los para o pátio transforma a
relação com o espaço, criando brincadeiras, dando novo significado aos
objetos e mudando seu uso convencional.
Cuidado: Limpar todos os utensílios antes de retorná-los às salas.
Adaptação: Se houver poucos brinquedos, pode-se levar livros e organizar rodas de leitura ao ar livre.
■ CUIDAR DE ANIMAIS: A
ideia é observar e alimentar os bichos. Durante essa atividade, pode-se
detalhar características dos animais: tempo de vida, hábitos, se vivem
em grupo etc.
Cuidados:
Todos os bichos devem ser acompanhados por um veterinário. Também é
importante destacar alguém da equipe da creche para cuidar deles nos
fins de semana e feriados.
Adaptação: Caso
não haja espaço para criações, pode-se optar por animais pequenos, como
tartarugas de aquário, peixes e porquinhos-da-índia.
■ PINTURA EM AZULEJOS: Em
ladrilhos, é possível pintar, lavar e pintar de novo. O uso de
rolinhos, esponjas, pincéis de diferentes espessuras, tintas de cores
variadas ou produzidas com as crianças (com beterraba ou urucum, por
exemplo) exercita a capacidade de expressão e coloca a turma em contato
com a linguagem artística.
Cuidado: Utilizar somente tintas atóxicas e pincéis de boa qualidade, que não soltem as cerdas com facilidade.
Adaptação: Algumas
peças de ladrilho ou mesmo uma placa de vidro podem ser colocadas num
canto próximo a uma torneira, facilitando a limpeza.
No jardim
A horta no parque é uma boa opção para ampliar o contato com a natureza
Foto: Marcelo Almeida
Foto: Marcelo Almeida
■ HORTA: Cultivar
diferentes vegetais é uma das estratégias para descobrir quais mudanças
cada um deles apresenta ao longo do ano, que insetos mais atrai e que
frutos e flores dá. Também desenvolve a cooperação para realizar uma
tarefa. Se um dos pequenos topar com minhocas, o professor pode
colocá-las em um aquário de vidro para a turma examiná-las melhor. Outra
opção é distribuir lentes de aumento de plástico para que cada todos
possam vê-las em detalhes.
Cuidado: Prevenir
o contato com insetos perigosos – especialmente lagartas, que podem
gerar ferimentos. Da mesma maneira, o ideal é evitar espécies de plantas
que causem alergias ou tenham muitos espinhos.
Adaptação: Se
não houver horta, planta-se em vasos, floreiras e até pneus. Outra
opção é cultivar trepadeiras junto a muros e cercas, substituindo as
árvores.
■ PIQUENIQUE: Proporcionando
interação entre as crianças e estimulando a autonomia para se
alimentar, o piquenique serve também para ajudar a conhecer alimentos
diferentes. Fazer salada de frutas ou gelatina com a turma é um ótimo
incentivo para provar coisas novas.
Cuidado: Atenção
a formigas e insetos atraídos pela comida. E, para evitar problemas de
saúde dos pequenos, é necessário investigar previamente possíveis
alergias a alimentos.
Adaptação Na falta de gramado, podese estender uma toalha em qualquer espaço com sombra.
Na água
■ PISCININHA: É
interessante integrar outros utensílios à água, criando lavatórios de
brinquedos ou laguinhos para minibarcos, por exemplo. Outros usos
incluem fazer pequenas represas e canais escavados na terra. Produzir
arco-íris, com a dispersão de gotas de água na luz solar, instiga a
curiosidade e abre caminho para apreciar esse fenômeno da natureza.
Cuidado: Secar
as crianças para evitar resfriados. Isso pode ser feito também
aproveitando o ambiente externo – em esteiras, enquanto o professor lê
histórias para a turma.
Adaptação: Uma alternativa é usar baldes, mangueiras e acessórios de borrifar, vendidos em lojas de jardinagem.
Fonte:http://revistaescola.abril.com.br
Edição:219
O
verão está chegando! Que tal aproveitar os dias ensolarados para
ampliar o espaço das turmas de creche? As vantagens são muitas.
Primeiro, porque as atividades fora de sala fazem bem para a saúde: o
contato com o Sol ajuda na produção da vitamina D, necessária para a
absorção do cálcio, que forma ossos e dentes. Segundo, porque no
ambiente externo é possível proporcionar experiências ricas tanto para o
conhecimento de mundo como para a formação pessoal e social – os dois
pilares da Educação Infantil, segundo os Referenciais Curriculares
Nacionais. Correndo, pulando, pintando, plantando, brincando com água e
alimentando animais, os pequenos trabalham a socialização, aprimoram a
capacidade motora e entram em contato com a natureza. Para isso, a área
externa deve ser cheia de oportunidades.
Apesar
de todo esse potencial, muitos docentes ainda encaram a hora do pátio
como um momento de descanso, em que a criançada fica solta sem nenhuma
orientação. Não é a melhor saída. “Para apresentar o máximo de propostas
de aprendizagem, é preciso planejar”, explica Karina Rizek Lopes,
formadora de professores e selecionadora do Prêmio Victor Civita –
Educador Nota 10.
Antecipe as formas como os pequenos exploram o ambiente
Deve-se
considerar, por exemplo, que todas as turmas são heterogêneas. Com isso
em mente, uma boa iniciativa é realizar um mapeamento das práticas dos
pequenos, investigando como eles interagem com o ambiente externo no
dia-a-dia. Em seguida, pode-se fazer um exercício de imaginação,
estabelecendo antecipações sobre como as crianças se relacionariam com
as propostas que se pretende introduzir. Depois, ao conferir como elas
se comportam de fato, o professor ajusta suas previsões à realidade.
Manter um registro de como cada uma lida com o ambiente externo e com os
colegas é o caminho para pensar nos passos seguintes. Tudo sem perder
de vista algo essencial: é necessário incluir as atividades externas
como parte da rotina da turma. Afinal de contas, é só por meio do
contato intensivo que cada criança se familiariza com as novidades e faz
descobertas por conta própria. Para garantir que todos avancem, o ideal
é criar um espaço externo desafiador, com diversos ambientes e
diferentes estímulos ao desenvolvimento sensório motor. A seguir,
apresentamos sugestões de baixo custo para chegar lá.
Na areia
■ TANQUE: O
uso desse espaço pode ser incrementado com cavalinhos, bonecos e
caixotes, estimulando ainda mais o faz-de-conta. Nos dias de calor, vale
apostar na água, colocada em bacias para que as crianças percebam a
diferença de consistência entre a areia seca e a molhada.
Cuidados:
Cobrir o tanque com lona à noite para protegê-lo da chuva e de animais,
evitar a mistura de pedrinhas (que podem ser ingeridas) e limpar a
areia com frequência – existem produtos específicos para isso.
Adaptação: É possível propor as mesmas atividades no chão de terra ou usando caixas com areia. No pátio
■ SALA DO LADO DE FORA: Retirar
objetos do espaço interno e transportá- los para o pátio transforma a
relação com o espaço, criando brincadeiras, dando novo significado aos
objetos e mudando seu uso convencional.
Cuidado: Limpar todos os utensílios antes de retorná-los às salas.
Adaptação: Se houver poucos brinquedos, pode-se levar livros e organizar rodas de leitura ao ar livre.
■ CUIDAR DE ANIMAIS: A
ideia é observar e alimentar os bichos. Durante essa atividade, pode-se
detalhar características dos animais: tempo de vida, hábitos, se vivem
em grupo etc.
Cuidados:
Todos os bichos devem ser acompanhados por um veterinário. Também é
importante destacar alguém da equipe da creche para cuidar deles nos
fins de semana e feriados.
Adaptação: Caso
não haja espaço para criações, pode-se optar por animais pequenos, como
tartarugas de aquário, peixes e porquinhos-da-índia.
■ PINTURA EM AZULEJOS: Em
ladrilhos, é possível pintar, lavar e pintar de novo. O uso de
rolinhos, esponjas, pincéis de diferentes espessuras, tintas de cores
variadas ou produzidas com as crianças (com beterraba ou urucum, por
exemplo) exercita a capacidade de expressão e coloca a turma em contato
com a linguagem artística.
Cuidado: Utilizar somente tintas atóxicas e pincéis de boa qualidade, que não soltem as cerdas com facilidade.
Adaptação: Algumas
peças de ladrilho ou mesmo uma placa de vidro podem ser colocadas num
canto próximo a uma torneira, facilitando a limpeza.
No jardim
A horta no parque é uma boa opção para ampliar o contato com a natureza
Foto: Marcelo Almeida
Foto: Marcelo Almeida
■ HORTA: Cultivar
diferentes vegetais é uma das estratégias para descobrir quais mudanças
cada um deles apresenta ao longo do ano, que insetos mais atrai e que
frutos e flores dá. Também desenvolve a cooperação para realizar uma
tarefa. Se um dos pequenos topar com minhocas, o professor pode
colocá-las em um aquário de vidro para a turma examiná-las melhor. Outra
opção é distribuir lentes de aumento de plástico para que cada todos
possam vê-las em detalhes.
Cuidado: Prevenir
o contato com insetos perigosos – especialmente lagartas, que podem
gerar ferimentos. Da mesma maneira, o ideal é evitar espécies de plantas
que causem alergias ou tenham muitos espinhos.
Adaptação: Se
não houver horta, planta-se em vasos, floreiras e até pneus. Outra
opção é cultivar trepadeiras junto a muros e cercas, substituindo as
árvores.
■ PIQUENIQUE: Proporcionando
interação entre as crianças e estimulando a autonomia para se
alimentar, o piquenique serve também para ajudar a conhecer alimentos
diferentes. Fazer salada de frutas ou gelatina com a turma é um ótimo
incentivo para provar coisas novas.
Cuidado: Atenção
a formigas e insetos atraídos pela comida. E, para evitar problemas de
saúde dos pequenos, é necessário investigar previamente possíveis
alergias a alimentos.
Adaptação Na falta de gramado, podese estender uma toalha em qualquer espaço com sombra.
Na água
■ PISCININHA: É
interessante integrar outros utensílios à água, criando lavatórios de
brinquedos ou laguinhos para minibarcos, por exemplo. Outros usos
incluem fazer pequenas represas e canais escavados na terra. Produzir
arco-íris, com a dispersão de gotas de água na luz solar, instiga a
curiosidade e abre caminho para apreciar esse fenômeno da natureza.
Cuidado: Secar
as crianças para evitar resfriados. Isso pode ser feito também
aproveitando o ambiente externo – em esteiras, enquanto o professor lê
histórias para a turma.
Adaptação: Uma alternativa é usar baldes, mangueiras e acessórios de borrifar, vendidos em lojas de jardinagem.
Fonte:http://revistaescola.abril.com.br
Edição:219
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