Andreza Menezes
"A publicação deste texto no blog "Meus Trabalhos Pedagógicos teve autorização da autora Luzia Santos de Melo. "
1. DISLEXIA
1.1O
que é?
A
dislexia é uma dificuldade na área leitura, escrita e soletração, que podem ser
vinculadas a outras dificuldades na área da psicomotricidade, como direita e
esquerda, e também nos conceitos de dimensões, nas realizações aritméticas. É
importante ressaltar que a dislexia não é uma doença. Ela é um distúrbio genético e neurobiológico de funcionamento
do cérebro para todo processamento linguístico relacionado à leitura.
1.2.
Causa
A
dislexia é um fenótipo. O fenótipo são as
características observáveis ou caracteres
de um organismo ou população como,por
exemplo: morfologia, desenvolvimento, propriedades
bioquímicas ou fisiológicas e comportamento.O
fenótipo resulta da expressão dos genes do organismo, da influência de fatores
ambientais e da possível interação entre os dois.
Para Filho (2012 p. 89) Saber ler e escrever são habilidades
importantes na sociedade em que vivemos.
A escrita é um objeto
cultural, resultado de um grande esforço evolutivo da humanidade, e cumpre
múltiplas funções em nossa sociedade. Nos servem de memória e complementa
informações, força de expressão e facilitador comunicativo. Mesmo sabendo da
importância da escrita, muitas crianças não conseguem transferir o aprendizado
para o seu dia a dia, por apresentar déficits de aprendizagem e dificuldades
para aquisição da linguagem e escrita.
As novas abordagens metodológicas aproximam a Neurociência da
Educação, ajudando os professores e educadores a entender que, se o aprendizado
ocorre no corpo, é fundamental aliar conhecimentos da Neurociência ás teorias
educacionais. Dislexia é um distúrbio específico de leitura que acomete
estruturas corticais. As dificuldades de leitura pode coexistir com dificuldades
na linguagem escrita, cálculo, atenção, memória e interação perceptivo-motora.
As habilidades relacionadas á linguagem oral, contudo, estão preservadas e por
isso o sujeito é capaz de compreender a informação quando ouve e não quando lê.
(PINHEIRO, 2014 p.117)
É importante haver uma
boa troca de informações, experiências e até sintonia dos
procedimentos executados entre profissional, escola e família para fechar o quadro de diagnostico sobre a dislexia.
1.3 Classificação da Dislexia:
Com a consequência de um
dano cerebral, os problemas que afetam a compreensão ou produção da linguagem
são conhecidos como afasia, e o problema predominante do paciente afásico é a
perda da capacidade ou habilidade da linguagem falada e escrita por conta das
lesões cerebrais. Partindo deste contexto veremos diferentes tipos de dislexia:
Dislexia adquirida periféricas, dislexias centrais, dislexia fonológicas e
dislexia profunda:
As dislexias adquiridas
periféricas são:
-Dislexia por
negligência: incapacidade para ler as letras iniciais das palavras, embora
tenham consciência de que elas existam.
-Dislexia da atenção: Incapacidade
de ler textos, ou seja, várias palavras na página,palavras se misturam.
-Leitura Letra por
Letra: Inabilidade de ler uma palavra completa. Para poder pronunciar a palavra
identificam letra por letra, quanto maior a palavra mais tempo levam para
identificá-las.
As dislexias centrais
são:
-Dislexia da superfície:
Leitura ruim e palavras irregulares, pronunciadas como se fosse regulares, não
lendo corretamente, não saberá o significado das palavras.
Dislexia fonológica: Dificuldade na leitura oral das palavras
não familiares.
Dislexia profunda: Incapacidade quase que total de leitura
de ler palavras em voz alta. Isto sugere incapacidade de conversão da letra
para o som.
1.4 Neurobiologia
Para Chiaratti e Hirt (2012 p.79) Observado essas
dificuldades, uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga
e Psicopedagoga Clínica deve iniciar a investigação minuciosa do caso. Essa
mesma equipe deve, ainda garantir uma maior abrangência do processo de
avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como
Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista, Geneticista, Pediatra e
outros.
Valendo ressaltar que a
equipe profissional verificará todas as possibilidades antes de confirmar ou
descartar todas as dificuldades da dislexia.
A seguir complete a
sequência na direção determinada de cada letra. Perceba que, não é uma
atividade tão simples assim, e, imagine que uma criança com dislexia tem a
mesma dificuldade, só que de modo inverso:
1.5 Sinais de Alerta
Geralmente os
professores são os primeiros a detectar os sinais de dificuldades na
aprendizagem e linguagem oral e escrita, devemos ficar atentos a alguns sinais
e alertas, pois sem as informações e os conhecimentos necessários sobre os
distúrbios pode prolongar o processo e agravar o problema, pois o quanto antes
sair o diagnóstico mais positivo será o resultado do processo.
Fiquem atentos a três
pontos a seguir:
- As crianças com
distúrbios de aprendizado frequentemente tem problemas em mais de uma área.
- Os distúrbios de
aprendizagem não aparecem quando a criança volta para casa;
- Os distúrbios de aprendizagem
podem produzir consequências emocionais.
Principais dificuldades
apresentadas pela criança com dislexia, de acordo com a Associação Brasileira
de Dislexia (ABD):
-Demora a aprender a
falar, fazer laço nos sapatos, a reconhecer as horas, a pegar e chutar bola, a
pular corda.
-Tem dificuldade para:
Escrever números e letras corretamente. Ordenar as letras do alfabeto, meses do
ano e as sílabas de palavras compridas. Distinguir esquerda e direita
-Necessita usar blocos,
dedos ou anotação para fazer cálculos.
-Apresenta dificuldade
incomum para lembrar fatos básicos.
-Sua compreensão de
leitura é mais lenta do que o esperado para a idade.
-Demonstra insegurança e
baixa apreciação sobre se mesma.
-Confunde-se, as vezes,
com instruções, números de telefone, lugares, horas e datas.
- Atrapalha-se ao falar
palavras longas.
- Tem dificuldade em
planejar e fazer redações.
Para Pinheiro, Ramos e
Costa (2014 p.16). Cabe ressaltar que, no inicio a dislexia ocorre com sintomas
cognitivos, e sim físicos e emocionais. A criança se torna ansiosa ou
depressiva, hesita em ir à escola, sente dores de cabeça e pode mesmo passar a
ter comportamento agressivo.
A reprovação e abandono
dos estudos são comuns na vida escolar da criança com dislexia, que é
constantemente considerada como desatenta, preguiçosa, relapsa, desinteressada,
sem vontade de aprender, o que pode agravar-se com o tempo, pois
consequentemente seu trato emocional fica abalado.
1.6 Sugestões para auxiliar a criança com
Dislexia
Um dos processos que
requer mais dedicação e comprometimento do professor é a alfabetização e
letramento, símbolos e situações são criados para desafiar e criança nessa
produção contínua e crescente da aquisição da escrita e linguagem, durante o
processo o professor ao se deparar com a situação problema terá que interagir
com o aluno desafiando-o com atividades lúdicas e diferenciadas para alcançar
resultados satisfatórios.
No processo de alfabetização, a criança deve ter o convívio com
a linguagem escrita em atividades reais e significativas, tendo a interação com
as mais diversas produções gráficas utilizadas no meio cultural e em sala de
aula para que possa a vir a construir o conteúdo de ensino . A alfabetização constitui-se em uma
atividades interativa, interdiscursiva de apropriação de diferentes linguagens,
produzidas culturalmente. (CHIRIATTI, HIRT. 2012 p.42)
A seguir, serão
apresentadas sugestões para ajudar a criança com dislexia citadas pela
Associação Brasileira de Dislexia (ABD):
-Estabelecer horários para refeições, sono,
deveres de casa e recreações.
-Quando for ensinar a
criança a amarrar os sapatos não fique de frente para a criança, coloque-a ao
seu lado, com os braços sobre os ombros dela.
-Para as que tem dificuldades com a direita
e esquerda, uma marca é necessária. Por exemplo, fazer um relógio de pulso, um
bracelete ou botão pregado no bolso do lado favorecido.
-Reforçar a ordem das letras do alfabeto,
cantando e dividindo-se em pequenos grupos.
-Ensinar a criança a sentir “sentir” as
letras através de diferentes texturas de materiais, como areia, papel, veludo,
sabão e etc.
-Ler histórias em que se encontrem no nível
de entendimento da criança.
-Instruir as crianças canhotas precocemente
para evitar que assumam posturas pouco confortáveis e mesmo prejudiciais, como
encobrir o papel com a mão ao escrever.
- Providenciar para que a criança use lápis
e canetas grossos;
-A criança com dislexia confunde-se com
volume de palavras e números com que tem de se defrontar. Para evitar isso,
arranjar um cartão de aproximadamente 8 cm de comprimento e por 2 cm de
largura, com uma janela no meio, da largura de uma linha escrita e de
comprimento de 4 cm. Deslizando o cartão na folha, à medida que a criança lê,
bloqueia o acesso visual para as linhas de baixo e de cima e dirige a atenção
da criança da esquerda para a direita.
É
de suma importância para a criança que obtenha a compreensão e apoio do
professor. Abaixo mais algumas considerações e sugestões de como auxiliar a
criança com dislexia:
- Tente restaurar a confiança do aluno em
si próprio.
-Sente-se ao lado da criança.
-Nunca force a criança a aceitar a lição do
dia.
-Evite submeter ao aluno à pressão do tempo
ou competição com outras crianças.
-Seja flexível com relação ao conteúdo da
lição.
-Fique ciente da possibilidade da criança
disfarçar seus erros.
-Use a crítica de maneira construtiva.
-Permita vários tipos de ajuda para
auxiliar o aluno.
-Estimule a criança a escrever em linhas
alternadas.
-Certifique-se que as instruções para
determinadas tarefas de casa sejam entendidas pela criança.
-Peçam para os pais para que releiam as
instruções da tarefa de casa.
-Quando corrigir lições, seja realista mais
não exagere.
-Não corrija lições com lápis ou caneta
vermelha.
-Procure identificar a área de interesse da
criança.
-Encontre livros de leitura que interessem
a criança mesmo que elas sejam complexas para sua habilidade.
Ao
professor cabe reconhecer as dificuldades, identificar e verificar se é
eventual ou persistente as dificuldades do aluno com dislexia e colaborar com o
tratamento. E não custa ressaltar, a dislexia não é uma doença, porém, não tem
cura. Mas com o diagnóstico e comprometimento no processo de estimulação das
habilidades faltantes no final obtemos um resultado satisfatório.
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Durante a alfabetização,
o professor pode se deparar com dificuldade nos primeiros estágios do processo
da escrita, da fala, da alfabetização. Mas o estudo do caso e do distúrbio de
aprendizagem, no caso da dislexia, darão a ele subsídios necessários para lidar
de forma adequada com o aluno. Existem vários estágios do processamento da
escrita: dificuldade de pegar no lápis, adequação da postura corporal ao ato da
escrita, dificuldades perceptiva no traçado das letras e números, bem como a
centralização destes espaços. Todos esses estágios requer atenção e orientação
do professor para que se inicie o processo de forma correta e sem agravantes. É
preciso agir de forma inovadora, um aluno com Dislexia trás ao educador um
desafio categórico e renova expectativas para um novo olhar sobre a educação sistematizada.
Vimos aqui que a Dislexia é um distúrbio que acomete muitas
crianças e também adultos, por se tratar de um fator neurológico sem cura, mas
nada impede do mesmo ter uma vida normal, desde que se tenha atitudes
direcionadas ao trato das deficiências.
DICAS DE LEITURA
O dom da dislexia – Por que algumas das pessoas mais brilhantes não
conseguem ler e como podem aprender", de Ronald D.
Davis (com a colaboração de Eldon M. Braun), que a Editora Rocco publica sob o
selo Pais, Tais & Profissionais.
Ronald Davis, ele próprio um disléxico,
relata no prefácio uma marcante experiência de sua vida. Em 1949, aos 7 anos de
idade, estava mais uma vez de castigo no canto da sala de aula, com um lenço
branco dobrado sobre sua cabeça, seu "rótulo de demérito".
Envergonhado, sem coragem de mover-se para ir ao banheiro, acaba molhando as
calças. Tenso, apavorado com a possibilidade de ouvir os meninos gritarem
"O retardado fez xixi na calça de novo!", ele permaneceu imóvel até
que o sinal tocasse e a sala ficasse vazia. Ainda sem coragem de se mover, ele
sussurrou uma prece e então o professor que o havia posto lá o obriga a falar
em voz alta o que está dizendo. "Eu pedi para Deus não me fazer sentar no
canto nunca mais"
A Vida Secreta da Criança Com Dislexia - Robert Frank; Kathryn E.
Livingston
Como ela Pensa, Como ele Sente, e Como eles
Podem ser Bem-Sucedidos. Seu filho não é atrapalhado, devagar. Ele não tem
raciocínio lento ou finge que não entende, nem é preguiçoso. Seu filho tem
dislexia e precisa de sua ajuda. Através deste texto você poderá descobrir e entender
as batalhas diárias pelas quais ele passa, e ajudá-lo agora e prepará-lo para o
futuro.
SITES E ENDEREÇOS ÚTEIS
Abaixo sites que tratam sobre a Dislexia:
- Dislexia: http://www.dislexia.com.br/
-Associação Brasileira de Dislexia (ABD): http://www.dislexia.org.br/
-Bengala Legal: http://www.bengalalegal.com/dislexia
Andreza Menezes
"A publicação deste texto no blog "Meus Trabalhos Pedagógicos teve autorização da autora Luzia Santos de Melo. "
1. DISLEXIA
1.1O
que é?
A
dislexia é uma dificuldade na área leitura, escrita e soletração, que podem ser
vinculadas a outras dificuldades na área da psicomotricidade, como direita e
esquerda, e também nos conceitos de dimensões, nas realizações aritméticas. É
importante ressaltar que a dislexia não é uma doença. Ela é um distúrbio genético e neurobiológico de funcionamento
do cérebro para todo processamento linguístico relacionado à leitura.
1.2.
Causa
A
dislexia é um fenótipo. O fenótipo são as
características observáveis ou caracteres
de um organismo ou população como,por
exemplo: morfologia, desenvolvimento, propriedades
bioquímicas ou fisiológicas e comportamento.O
fenótipo resulta da expressão dos genes do organismo, da influência de fatores
ambientais e da possível interação entre os dois.
Para Filho (2012 p. 89) Saber ler e escrever são habilidades
importantes na sociedade em que vivemos.
A escrita é um objeto
cultural, resultado de um grande esforço evolutivo da humanidade, e cumpre
múltiplas funções em nossa sociedade. Nos servem de memória e complementa
informações, força de expressão e facilitador comunicativo. Mesmo sabendo da
importância da escrita, muitas crianças não conseguem transferir o aprendizado
para o seu dia a dia, por apresentar déficits de aprendizagem e dificuldades
para aquisição da linguagem e escrita.
As novas abordagens metodológicas aproximam a Neurociência da
Educação, ajudando os professores e educadores a entender que, se o aprendizado
ocorre no corpo, é fundamental aliar conhecimentos da Neurociência ás teorias
educacionais. Dislexia é um distúrbio específico de leitura que acomete
estruturas corticais. As dificuldades de leitura pode coexistir com dificuldades
na linguagem escrita, cálculo, atenção, memória e interação perceptivo-motora.
As habilidades relacionadas á linguagem oral, contudo, estão preservadas e por
isso o sujeito é capaz de compreender a informação quando ouve e não quando lê.
(PINHEIRO, 2014 p.117)
É importante haver uma
boa troca de informações, experiências e até sintonia dos
procedimentos executados entre profissional, escola e família para fechar o quadro de diagnostico sobre a dislexia.
1.3 Classificação da Dislexia:
Com a consequência de um
dano cerebral, os problemas que afetam a compreensão ou produção da linguagem
são conhecidos como afasia, e o problema predominante do paciente afásico é a
perda da capacidade ou habilidade da linguagem falada e escrita por conta das
lesões cerebrais. Partindo deste contexto veremos diferentes tipos de dislexia:
Dislexia adquirida periféricas, dislexias centrais, dislexia fonológicas e
dislexia profunda:
As dislexias adquiridas
periféricas são:
-Dislexia por
negligência: incapacidade para ler as letras iniciais das palavras, embora
tenham consciência de que elas existam.
-Dislexia da atenção: Incapacidade
de ler textos, ou seja, várias palavras na página,palavras se misturam.
-Leitura Letra por
Letra: Inabilidade de ler uma palavra completa. Para poder pronunciar a palavra
identificam letra por letra, quanto maior a palavra mais tempo levam para
identificá-las.
As dislexias centrais
são:
-Dislexia da superfície:
Leitura ruim e palavras irregulares, pronunciadas como se fosse regulares, não
lendo corretamente, não saberá o significado das palavras.
Dislexia fonológica: Dificuldade na leitura oral das palavras
não familiares.
Dislexia profunda: Incapacidade quase que total de leitura
de ler palavras em voz alta. Isto sugere incapacidade de conversão da letra
para o som.
1.4 Neurobiologia
Para Chiaratti e Hirt (2012 p.79) Observado essas
dificuldades, uma equipe multidisciplinar, formada por Psicóloga, Fonoaudióloga
e Psicopedagoga Clínica deve iniciar a investigação minuciosa do caso. Essa
mesma equipe deve, ainda garantir uma maior abrangência do processo de
avaliação, verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como
Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista, Geneticista, Pediatra e
outros.
Valendo ressaltar que a
equipe profissional verificará todas as possibilidades antes de confirmar ou
descartar todas as dificuldades da dislexia.
A seguir complete a
sequência na direção determinada de cada letra. Perceba que, não é uma
atividade tão simples assim, e, imagine que uma criança com dislexia tem a
mesma dificuldade, só que de modo inverso:
1.5 Sinais de Alerta
Geralmente os
professores são os primeiros a detectar os sinais de dificuldades na
aprendizagem e linguagem oral e escrita, devemos ficar atentos a alguns sinais
e alertas, pois sem as informações e os conhecimentos necessários sobre os
distúrbios pode prolongar o processo e agravar o problema, pois o quanto antes
sair o diagnóstico mais positivo será o resultado do processo.
Fiquem atentos a três
pontos a seguir:
- As crianças com
distúrbios de aprendizado frequentemente tem problemas em mais de uma área.
- Os distúrbios de
aprendizagem não aparecem quando a criança volta para casa;
- Os distúrbios de aprendizagem
podem produzir consequências emocionais.
Principais dificuldades
apresentadas pela criança com dislexia, de acordo com a Associação Brasileira
de Dislexia (ABD):
-Demora a aprender a
falar, fazer laço nos sapatos, a reconhecer as horas, a pegar e chutar bola, a
pular corda.
-Tem dificuldade para:
Escrever números e letras corretamente. Ordenar as letras do alfabeto, meses do
ano e as sílabas de palavras compridas. Distinguir esquerda e direita
-Necessita usar blocos,
dedos ou anotação para fazer cálculos.
-Apresenta dificuldade
incomum para lembrar fatos básicos.
-Sua compreensão de
leitura é mais lenta do que o esperado para a idade.
-Demonstra insegurança e
baixa apreciação sobre se mesma.
-Confunde-se, as vezes,
com instruções, números de telefone, lugares, horas e datas.
- Atrapalha-se ao falar
palavras longas.
- Tem dificuldade em
planejar e fazer redações.
Para Pinheiro, Ramos e
Costa (2014 p.16). Cabe ressaltar que, no inicio a dislexia ocorre com sintomas
cognitivos, e sim físicos e emocionais. A criança se torna ansiosa ou
depressiva, hesita em ir à escola, sente dores de cabeça e pode mesmo passar a
ter comportamento agressivo.
A reprovação e abandono
dos estudos são comuns na vida escolar da criança com dislexia, que é
constantemente considerada como desatenta, preguiçosa, relapsa, desinteressada,
sem vontade de aprender, o que pode agravar-se com o tempo, pois
consequentemente seu trato emocional fica abalado.
1.6 Sugestões para auxiliar a criança com
Dislexia
Um dos processos que
requer mais dedicação e comprometimento do professor é a alfabetização e
letramento, símbolos e situações são criados para desafiar e criança nessa
produção contínua e crescente da aquisição da escrita e linguagem, durante o
processo o professor ao se deparar com a situação problema terá que interagir
com o aluno desafiando-o com atividades lúdicas e diferenciadas para alcançar
resultados satisfatórios.
No processo de alfabetização, a criança deve ter o convívio com
a linguagem escrita em atividades reais e significativas, tendo a interação com
as mais diversas produções gráficas utilizadas no meio cultural e em sala de
aula para que possa a vir a construir o conteúdo de ensino . A alfabetização constitui-se em uma
atividades interativa, interdiscursiva de apropriação de diferentes linguagens,
produzidas culturalmente. (CHIRIATTI, HIRT. 2012 p.42)
A seguir, serão
apresentadas sugestões para ajudar a criança com dislexia citadas pela
Associação Brasileira de Dislexia (ABD):
-Estabelecer horários para refeições, sono,
deveres de casa e recreações.
-Quando for ensinar a
criança a amarrar os sapatos não fique de frente para a criança, coloque-a ao
seu lado, com os braços sobre os ombros dela.
-Para as que tem dificuldades com a direita
e esquerda, uma marca é necessária. Por exemplo, fazer um relógio de pulso, um
bracelete ou botão pregado no bolso do lado favorecido.
-Reforçar a ordem das letras do alfabeto,
cantando e dividindo-se em pequenos grupos.
-Ensinar a criança a sentir “sentir” as
letras através de diferentes texturas de materiais, como areia, papel, veludo,
sabão e etc.
-Ler histórias em que se encontrem no nível
de entendimento da criança.
-Instruir as crianças canhotas precocemente
para evitar que assumam posturas pouco confortáveis e mesmo prejudiciais, como
encobrir o papel com a mão ao escrever.
- Providenciar para que a criança use lápis
e canetas grossos;
-A criança com dislexia confunde-se com
volume de palavras e números com que tem de se defrontar. Para evitar isso,
arranjar um cartão de aproximadamente 8 cm de comprimento e por 2 cm de
largura, com uma janela no meio, da largura de uma linha escrita e de
comprimento de 4 cm. Deslizando o cartão na folha, à medida que a criança lê,
bloqueia o acesso visual para as linhas de baixo e de cima e dirige a atenção
da criança da esquerda para a direita.
É
de suma importância para a criança que obtenha a compreensão e apoio do
professor. Abaixo mais algumas considerações e sugestões de como auxiliar a
criança com dislexia:
- Tente restaurar a confiança do aluno em
si próprio.
-Sente-se ao lado da criança.
-Nunca force a criança a aceitar a lição do
dia.
-Evite submeter ao aluno à pressão do tempo
ou competição com outras crianças.
-Seja flexível com relação ao conteúdo da
lição.
-Fique ciente da possibilidade da criança
disfarçar seus erros.
-Use a crítica de maneira construtiva.
-Permita vários tipos de ajuda para
auxiliar o aluno.
-Estimule a criança a escrever em linhas
alternadas.
-Certifique-se que as instruções para
determinadas tarefas de casa sejam entendidas pela criança.
-Peçam para os pais para que releiam as
instruções da tarefa de casa.
-Quando corrigir lições, seja realista mais
não exagere.
-Não corrija lições com lápis ou caneta
vermelha.
-Procure identificar a área de interesse da
criança.
-Encontre livros de leitura que interessem
a criança mesmo que elas sejam complexas para sua habilidade.
Ao
professor cabe reconhecer as dificuldades, identificar e verificar se é
eventual ou persistente as dificuldades do aluno com dislexia e colaborar com o
tratamento. E não custa ressaltar, a dislexia não é uma doença, porém, não tem
cura. Mas com o diagnóstico e comprometimento no processo de estimulação das
habilidades faltantes no final obtemos um resultado satisfatório.
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Durante a alfabetização,
o professor pode se deparar com dificuldade nos primeiros estágios do processo
da escrita, da fala, da alfabetização. Mas o estudo do caso e do distúrbio de
aprendizagem, no caso da dislexia, darão a ele subsídios necessários para lidar
de forma adequada com o aluno. Existem vários estágios do processamento da
escrita: dificuldade de pegar no lápis, adequação da postura corporal ao ato da
escrita, dificuldades perceptiva no traçado das letras e números, bem como a
centralização destes espaços. Todos esses estágios requer atenção e orientação
do professor para que se inicie o processo de forma correta e sem agravantes. É
preciso agir de forma inovadora, um aluno com Dislexia trás ao educador um
desafio categórico e renova expectativas para um novo olhar sobre a educação sistematizada.
Vimos aqui que a Dislexia é um distúrbio que acomete muitas
crianças e também adultos, por se tratar de um fator neurológico sem cura, mas
nada impede do mesmo ter uma vida normal, desde que se tenha atitudes
direcionadas ao trato das deficiências.
DICAS DE LEITURA
O dom da dislexia – Por que algumas das pessoas mais brilhantes não
conseguem ler e como podem aprender", de Ronald D.
Davis (com a colaboração de Eldon M. Braun), que a Editora Rocco publica sob o
selo Pais, Tais & Profissionais.
Ronald Davis, ele próprio um disléxico,
relata no prefácio uma marcante experiência de sua vida. Em 1949, aos 7 anos de
idade, estava mais uma vez de castigo no canto da sala de aula, com um lenço
branco dobrado sobre sua cabeça, seu "rótulo de demérito".
Envergonhado, sem coragem de mover-se para ir ao banheiro, acaba molhando as
calças. Tenso, apavorado com a possibilidade de ouvir os meninos gritarem
"O retardado fez xixi na calça de novo!", ele permaneceu imóvel até
que o sinal tocasse e a sala ficasse vazia. Ainda sem coragem de se mover, ele
sussurrou uma prece e então o professor que o havia posto lá o obriga a falar
em voz alta o que está dizendo. "Eu pedi para Deus não me fazer sentar no
canto nunca mais"
A Vida Secreta da Criança Com Dislexia - Robert Frank; Kathryn E.
Livingston
Como ela Pensa, Como ele Sente, e Como eles
Podem ser Bem-Sucedidos. Seu filho não é atrapalhado, devagar. Ele não tem
raciocínio lento ou finge que não entende, nem é preguiçoso. Seu filho tem
dislexia e precisa de sua ajuda. Através deste texto você poderá descobrir e entender
as batalhas diárias pelas quais ele passa, e ajudá-lo agora e prepará-lo para o
futuro.
SITES E ENDEREÇOS ÚTEIS
Abaixo sites que tratam sobre a Dislexia:
- Dislexia: http://www.dislexia.com.br/
-Associação Brasileira de Dislexia (ABD): http://www.dislexia.org.br/
-Bengala Legal: http://www.bengalalegal.com/dislexia
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