Lampião morto com seu bando e Maria Bonita
Texto do Professor Luciano Urpia
LAMPIÃO E SEUS CANGACEIROS DEGOLADOS
DATA DA FOTO: 1938.
FOTÓGRAFO: Desconhecido.
O bando de Lampião estava acampado na
fazenda Angicos em 27 de julho de 1938, situana no sertão de sergipe.
Era um esconderijo tido como altamente seguro para o bando. Era uma
noite muito chuvosa e todos estavam acampados. Por volta de 5:15h do dia
28 de julho do mesmo ano, um grupo de policiais (volante) portando
metralhadoras portáteis, chegou ao local e começou a disparar rajadas de
bala. A indicação de onde os cangaceiros estavam foi uma traição que
até hoje se desconhece o autor. O ataque durou mais ou menos 20 minutos.
Os disparos de metralhadoras foram feitos pelo tenente João Bezerra e o
sargento Aniceto Rodrigues da Silva.
Dos trinta e quatro cangaceiros
presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a
morrer (degolaram ele). Maria Bonita estava gravemente ferida e foi
degolada ainda com vida. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão
(os dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luis Pedro,
Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela. Um dos policiais,
demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na
sua cabeça, deformando-a; este detalhe contribuiu para difundir a lenda
de que Lampião não havia sido morto, e escapara da emboscada, tal foi a
modificação causada na fisionomia do cangaceiro.
DESCRIÇÃO DA FOTO (de cima para baixo; da esquerda para a direita)
1. Diferente, 2."Não identificado", 3.
Cajarana, 4. Medina, 5. Caixa de Fósforo, 6. Elétrico, 7. Mergulhão,
8. Luís Pedro, 9. Maria Bonita, 10. Quinta-Feira, 11. Lampião.
***
Como tudo aconteceu
Lampião: uma vida, uma morte
Autor do texto: Marcelino Mariz
Virgolino da Silva Ferreira, o Lampião, foi assassinado em 28 de julho de 1938, na Fazenda Angicos, em pleno sertão do Estado de Sergipe.
No cangaço, os casais mais conhecidos e depois destacados pela mídia eram Lampião e Maria Bonita (pelas fotos, nunca achei), Corisco e Dadá, Zé Sereno e Sila.
Sila " Ida Ribeiro de Souza - uma das protagonistas da história estava presente no instante da morte do cangaceiro comandante e de parte de seus seguidores.
As páginas 218 e 219 do livro "Lampião, nem herói nem bandido" de Anildomá Willans de Sousa, por sinal, conterrâneo do apelidado "Rei do Cangaço", ambos nasceram em Vila Bela, atual Serra Talhada, trazem o seguinte depoimento de Sila, em linguagem própria:
....
"Eram umas cinco horas da manhã, mais ou menos, quando José (Sereno) desceu pro rancho de Lampião. Como sempre, ele rezava o ofício de Nossa Senhora, mas eu não desci, eu fiquei. Naquilo que eu estava deitada escutei os tiros. Eu peguei os bornais e sai. Não deu pra pegar as sandálias, e eu sai descalça e subi. Era tanto tiro que a gente não enxergava. Era facheiro, era xiquexique, mandacaru, tudo caindo em cima. Naquilo eu peguei o cantil para tomar água, como nós tínhamos um cantil de água e outro de açúcar, eu peguei o de açúcar e secou mais minha garganta. Nisso tinha uma pedra grande na frente e eu me deitei atrás da pedra. Dou outro lado tinha uns macacos (policiais), que diziam; "Vem prá cá, vem prá cá". Eu não sabia se era cangaceiro ou macaco e estava esperando a morte, quando vi Criança passar e ele disse: "Sila vem prá cá". Eu desci me arrastando, sem ficar em pé, quando cheguei perto de Criança, me levantei. Enedina vinha atrás de mim e ela foi baleada na cabeça e os miolos voou tudo nas minhas costas. Olhei prá trás e vi que era Enedina, mas continuei, pois já tinha mais jeito. Na frente, Candeeiro foi baleado no braço e disse: "Sila to baleado". Eu peguei o fuzil dele e falei: "Vamos, levanta". Ele levantou-se e eu peguei o fuzil dele e sai com o fuzil dele. Eu Criança, Dulce e Candeeiro. Quando saímos fora, o Criança falou: "Dessa turma acho que só escapou nós. Desse jeito acho que não escapou mais ninguém.
Naquilo nós ouvimos tiros de parabéllum (arma de fogo). Era o José (Sereno). O Criança disse: "Sereno atirou, oi ele saiu. Logo em seguida o José (Sereno) encontrou-se com a gente e falou: "Lampião morreu, o Luiz Pedro Morreu. Maria (Bonita) morreu. Acho que só saiu nós mesmo.
Na página 221, o volante (policial ou macaco), José Panta de Godoy, narrou os fatos no próprio local dos acontecimentos, - disse ele: "Cheguei perto de cangaceiro que tava caído e dei um tiro na cabeça dele, que até levantou. Santo (volante ou macaco), vinha chegando e disse: "Não esbagaça não que esse é Lampião". Aí também arriei. Santo cortou a cabeça de Lampião e depois me emprestou o facão que eu não tinha, prá eu cortar a cabeça de Maria Bonita, de Marcela e de Alecrim.
Em várias vilas e cidades, dezenas de pessoas reconheceram Lampião morto, - assim como os demais cangaceiros com as cabeças separadas do corpo a golpes de facão.
Após as mortes, as cabeças dos cangaceiros foram salgadas e conduzidas para o IML de Macéio - AL, mas antes foram expostas em várias cidades. Depois as levaram para a Faculdade de Odontologia da UFBA, onde ficaram armazenadas por seis anos, e posteriormente para o Museu Nina Rodrigues de Salvador - que por lá ficaram expostas por longos anos. Nesse "lenga lenga", finalmente as cabeças foram sepultadas em 24 de maio de 1965, por pressão da Igreja Católica e de um movimento universitário da Universidade de Brasília.
***
Como tudo aconteceu
Lampião: uma vida, uma morte
Autor do texto: Marcelino Mariz
Virgolino da Silva Ferreira, o Lampião, foi assassinado em 28 de julho de 1938, na Fazenda Angicos, em pleno sertão do Estado de Sergipe.
No cangaço, os casais mais conhecidos e depois destacados pela mídia eram Lampião e Maria Bonita (pelas fotos, nunca achei), Corisco e Dadá, Zé Sereno e Sila.
Sila " Ida Ribeiro de Souza - uma das protagonistas da história estava presente no instante da morte do cangaceiro comandante e de parte de seus seguidores.
As páginas 218 e 219 do livro "Lampião, nem herói nem bandido" de Anildomá Willans de Sousa, por sinal, conterrâneo do apelidado "Rei do Cangaço", ambos nasceram em Vila Bela, atual Serra Talhada, trazem o seguinte depoimento de Sila, em linguagem própria:
....
"Eram umas cinco horas da manhã, mais ou menos, quando José (Sereno) desceu pro rancho de Lampião. Como sempre, ele rezava o ofício de Nossa Senhora, mas eu não desci, eu fiquei. Naquilo que eu estava deitada escutei os tiros. Eu peguei os bornais e sai. Não deu pra pegar as sandálias, e eu sai descalça e subi. Era tanto tiro que a gente não enxergava. Era facheiro, era xiquexique, mandacaru, tudo caindo em cima. Naquilo eu peguei o cantil para tomar água, como nós tínhamos um cantil de água e outro de açúcar, eu peguei o de açúcar e secou mais minha garganta. Nisso tinha uma pedra grande na frente e eu me deitei atrás da pedra. Dou outro lado tinha uns macacos (policiais), que diziam; "Vem prá cá, vem prá cá". Eu não sabia se era cangaceiro ou macaco e estava esperando a morte, quando vi Criança passar e ele disse: "Sila vem prá cá". Eu desci me arrastando, sem ficar em pé, quando cheguei perto de Criança, me levantei. Enedina vinha atrás de mim e ela foi baleada na cabeça e os miolos voou tudo nas minhas costas. Olhei prá trás e vi que era Enedina, mas continuei, pois já tinha mais jeito. Na frente, Candeeiro foi baleado no braço e disse: "Sila to baleado". Eu peguei o fuzil dele e falei: "Vamos, levanta". Ele levantou-se e eu peguei o fuzil dele e sai com o fuzil dele. Eu Criança, Dulce e Candeeiro. Quando saímos fora, o Criança falou: "Dessa turma acho que só escapou nós. Desse jeito acho que não escapou mais ninguém.
Naquilo nós ouvimos tiros de parabéllum (arma de fogo). Era o José (Sereno). O Criança disse: "Sereno atirou, oi ele saiu. Logo em seguida o José (Sereno) encontrou-se com a gente e falou: "Lampião morreu, o Luiz Pedro Morreu. Maria (Bonita) morreu. Acho que só saiu nós mesmo.
Na página 221, o volante (policial ou macaco), José Panta de Godoy, narrou os fatos no próprio local dos acontecimentos, - disse ele: "Cheguei perto de cangaceiro que tava caído e dei um tiro na cabeça dele, que até levantou. Santo (volante ou macaco), vinha chegando e disse: "Não esbagaça não que esse é Lampião". Aí também arriei. Santo cortou a cabeça de Lampião e depois me emprestou o facão que eu não tinha, prá eu cortar a cabeça de Maria Bonita, de Marcela e de Alecrim.
Em várias vilas e cidades, dezenas de pessoas reconheceram Lampião morto, - assim como os demais cangaceiros com as cabeças separadas do corpo a golpes de facão.
Após as mortes, as cabeças dos cangaceiros foram salgadas e conduzidas para o IML de Macéio - AL, mas antes foram expostas em várias cidades. Depois as levaram para a Faculdade de Odontologia da UFBA, onde ficaram armazenadas por seis anos, e posteriormente para o Museu Nina Rodrigues de Salvador - que por lá ficaram expostas por longos anos. Nesse "lenga lenga", finalmente as cabeças foram sepultadas em 24 de maio de 1965, por pressão da Igreja Católica e de um movimento universitário da Universidade de Brasília.
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Lampião morto com seu bando e Maria Bonita
Texto do Professor Luciano Urpia
LAMPIÃO E SEUS CANGACEIROS DEGOLADOS
DATA DA FOTO: 1938.
FOTÓGRAFO: Desconhecido.
O bando de Lampião estava acampado na
fazenda Angicos em 27 de julho de 1938, situana no sertão de sergipe.
Era um esconderijo tido como altamente seguro para o bando. Era uma
noite muito chuvosa e todos estavam acampados. Por volta de 5:15h do dia
28 de julho do mesmo ano, um grupo de policiais (volante) portando
metralhadoras portáteis, chegou ao local e começou a disparar rajadas de
bala. A indicação de onde os cangaceiros estavam foi uma traição que
até hoje se desconhece o autor. O ataque durou mais ou menos 20 minutos.
Os disparos de metralhadoras foram feitos pelo tenente João Bezerra e o
sargento Aniceto Rodrigues da Silva.
Dos trinta e quatro cangaceiros
presentes, onze morreram ali mesmo. Lampião foi um dos primeiros a
morrer (degolaram ele). Maria Bonita estava gravemente ferida e foi
degolada ainda com vida. O mesmo ocorreu com Quinta-Feira, Mergulhão
(os dois também tiveram suas cabeças arrancadas em vida), Luis Pedro,
Elétrico, Enedina, Moeda, Alecrim, Colchete e Macela. Um dos policiais,
demonstrando ódio a Lampião, desfere um golpe de coronha de fuzil na
sua cabeça, deformando-a; este detalhe contribuiu para difundir a lenda
de que Lampião não havia sido morto, e escapara da emboscada, tal foi a
modificação causada na fisionomia do cangaceiro.
DESCRIÇÃO DA FOTO (de cima para baixo; da esquerda para a direita)
1. Diferente, 2."Não identificado", 3.
Cajarana, 4. Medina, 5. Caixa de Fósforo, 6. Elétrico, 7. Mergulhão,
8. Luís Pedro, 9. Maria Bonita, 10. Quinta-Feira, 11. Lampião.
***
Como tudo aconteceu
Lampião: uma vida, uma morte
Autor do texto: Marcelino Mariz
Virgolino da Silva Ferreira, o Lampião, foi assassinado em 28 de julho de 1938, na Fazenda Angicos, em pleno sertão do Estado de Sergipe.
No cangaço, os casais mais conhecidos e depois destacados pela mídia eram Lampião e Maria Bonita (pelas fotos, nunca achei), Corisco e Dadá, Zé Sereno e Sila.
Sila " Ida Ribeiro de Souza - uma das protagonistas da história estava presente no instante da morte do cangaceiro comandante e de parte de seus seguidores.
As páginas 218 e 219 do livro "Lampião, nem herói nem bandido" de Anildomá Willans de Sousa, por sinal, conterrâneo do apelidado "Rei do Cangaço", ambos nasceram em Vila Bela, atual Serra Talhada, trazem o seguinte depoimento de Sila, em linguagem própria:
....
"Eram umas cinco horas da manhã, mais ou menos, quando José (Sereno) desceu pro rancho de Lampião. Como sempre, ele rezava o ofício de Nossa Senhora, mas eu não desci, eu fiquei. Naquilo que eu estava deitada escutei os tiros. Eu peguei os bornais e sai. Não deu pra pegar as sandálias, e eu sai descalça e subi. Era tanto tiro que a gente não enxergava. Era facheiro, era xiquexique, mandacaru, tudo caindo em cima. Naquilo eu peguei o cantil para tomar água, como nós tínhamos um cantil de água e outro de açúcar, eu peguei o de açúcar e secou mais minha garganta. Nisso tinha uma pedra grande na frente e eu me deitei atrás da pedra. Dou outro lado tinha uns macacos (policiais), que diziam; "Vem prá cá, vem prá cá". Eu não sabia se era cangaceiro ou macaco e estava esperando a morte, quando vi Criança passar e ele disse: "Sila vem prá cá". Eu desci me arrastando, sem ficar em pé, quando cheguei perto de Criança, me levantei. Enedina vinha atrás de mim e ela foi baleada na cabeça e os miolos voou tudo nas minhas costas. Olhei prá trás e vi que era Enedina, mas continuei, pois já tinha mais jeito. Na frente, Candeeiro foi baleado no braço e disse: "Sila to baleado". Eu peguei o fuzil dele e falei: "Vamos, levanta". Ele levantou-se e eu peguei o fuzil dele e sai com o fuzil dele. Eu Criança, Dulce e Candeeiro. Quando saímos fora, o Criança falou: "Dessa turma acho que só escapou nós. Desse jeito acho que não escapou mais ninguém.
Naquilo nós ouvimos tiros de parabéllum (arma de fogo). Era o José (Sereno). O Criança disse: "Sereno atirou, oi ele saiu. Logo em seguida o José (Sereno) encontrou-se com a gente e falou: "Lampião morreu, o Luiz Pedro Morreu. Maria (Bonita) morreu. Acho que só saiu nós mesmo.
Na página 221, o volante (policial ou macaco), José Panta de Godoy, narrou os fatos no próprio local dos acontecimentos, - disse ele: "Cheguei perto de cangaceiro que tava caído e dei um tiro na cabeça dele, que até levantou. Santo (volante ou macaco), vinha chegando e disse: "Não esbagaça não que esse é Lampião". Aí também arriei. Santo cortou a cabeça de Lampião e depois me emprestou o facão que eu não tinha, prá eu cortar a cabeça de Maria Bonita, de Marcela e de Alecrim.
Em várias vilas e cidades, dezenas de pessoas reconheceram Lampião morto, - assim como os demais cangaceiros com as cabeças separadas do corpo a golpes de facão.
Após as mortes, as cabeças dos cangaceiros foram salgadas e conduzidas para o IML de Macéio - AL, mas antes foram expostas em várias cidades. Depois as levaram para a Faculdade de Odontologia da UFBA, onde ficaram armazenadas por seis anos, e posteriormente para o Museu Nina Rodrigues de Salvador - que por lá ficaram expostas por longos anos. Nesse "lenga lenga", finalmente as cabeças foram sepultadas em 24 de maio de 1965, por pressão da Igreja Católica e de um movimento universitário da Universidade de Brasília.
***
Como tudo aconteceu
Lampião: uma vida, uma morte
Autor do texto: Marcelino Mariz
Virgolino da Silva Ferreira, o Lampião, foi assassinado em 28 de julho de 1938, na Fazenda Angicos, em pleno sertão do Estado de Sergipe.
No cangaço, os casais mais conhecidos e depois destacados pela mídia eram Lampião e Maria Bonita (pelas fotos, nunca achei), Corisco e Dadá, Zé Sereno e Sila.
Sila " Ida Ribeiro de Souza - uma das protagonistas da história estava presente no instante da morte do cangaceiro comandante e de parte de seus seguidores.
As páginas 218 e 219 do livro "Lampião, nem herói nem bandido" de Anildomá Willans de Sousa, por sinal, conterrâneo do apelidado "Rei do Cangaço", ambos nasceram em Vila Bela, atual Serra Talhada, trazem o seguinte depoimento de Sila, em linguagem própria:
....
"Eram umas cinco horas da manhã, mais ou menos, quando José (Sereno) desceu pro rancho de Lampião. Como sempre, ele rezava o ofício de Nossa Senhora, mas eu não desci, eu fiquei. Naquilo que eu estava deitada escutei os tiros. Eu peguei os bornais e sai. Não deu pra pegar as sandálias, e eu sai descalça e subi. Era tanto tiro que a gente não enxergava. Era facheiro, era xiquexique, mandacaru, tudo caindo em cima. Naquilo eu peguei o cantil para tomar água, como nós tínhamos um cantil de água e outro de açúcar, eu peguei o de açúcar e secou mais minha garganta. Nisso tinha uma pedra grande na frente e eu me deitei atrás da pedra. Dou outro lado tinha uns macacos (policiais), que diziam; "Vem prá cá, vem prá cá". Eu não sabia se era cangaceiro ou macaco e estava esperando a morte, quando vi Criança passar e ele disse: "Sila vem prá cá". Eu desci me arrastando, sem ficar em pé, quando cheguei perto de Criança, me levantei. Enedina vinha atrás de mim e ela foi baleada na cabeça e os miolos voou tudo nas minhas costas. Olhei prá trás e vi que era Enedina, mas continuei, pois já tinha mais jeito. Na frente, Candeeiro foi baleado no braço e disse: "Sila to baleado". Eu peguei o fuzil dele e falei: "Vamos, levanta". Ele levantou-se e eu peguei o fuzil dele e sai com o fuzil dele. Eu Criança, Dulce e Candeeiro. Quando saímos fora, o Criança falou: "Dessa turma acho que só escapou nós. Desse jeito acho que não escapou mais ninguém.
Naquilo nós ouvimos tiros de parabéllum (arma de fogo). Era o José (Sereno). O Criança disse: "Sereno atirou, oi ele saiu. Logo em seguida o José (Sereno) encontrou-se com a gente e falou: "Lampião morreu, o Luiz Pedro Morreu. Maria (Bonita) morreu. Acho que só saiu nós mesmo.
Na página 221, o volante (policial ou macaco), José Panta de Godoy, narrou os fatos no próprio local dos acontecimentos, - disse ele: "Cheguei perto de cangaceiro que tava caído e dei um tiro na cabeça dele, que até levantou. Santo (volante ou macaco), vinha chegando e disse: "Não esbagaça não que esse é Lampião". Aí também arriei. Santo cortou a cabeça de Lampião e depois me emprestou o facão que eu não tinha, prá eu cortar a cabeça de Maria Bonita, de Marcela e de Alecrim.
Em várias vilas e cidades, dezenas de pessoas reconheceram Lampião morto, - assim como os demais cangaceiros com as cabeças separadas do corpo a golpes de facão.
Após as mortes, as cabeças dos cangaceiros foram salgadas e conduzidas para o IML de Macéio - AL, mas antes foram expostas em várias cidades. Depois as levaram para a Faculdade de Odontologia da UFBA, onde ficaram armazenadas por seis anos, e posteriormente para o Museu Nina Rodrigues de Salvador - que por lá ficaram expostas por longos anos. Nesse "lenga lenga", finalmente as cabeças foram sepultadas em 24 de maio de 1965, por pressão da Igreja Católica e de um movimento universitário da Universidade de Brasília.
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